sexta-feira, dezembro 22, 2006

E o tempo fechou para a Seat

Os "europeus de sangue quente" estão no vermelho. Literalmente. A sub-marca esportiva da Volkswagen não está esperando um próspero 2007. Há três anos ela vem amargando uma queda anual de 10% em vendas e lucro. Em 2005, a marca espanhola registrou 5,27 milhões de euros em unidades vendidas, uma das piores marcas registradas, e ano que vem deverá fabricar 410.000 veículos - um dos números mais baixos de sua história - numa fábrica que tem capacidade de fazer mais de 550.000 unidades anuais.
Ainda, a Volkswagen AG cancelou o projeto de um pequeno citadino, situado abaixo do Ibiza, que seria desenvolvido e vendido até o final do ano que vem. O modelo, de grande volume, ajudaria a marca a aumentar expressivamente as vendas, e faria a fábrica de Barcelona chegar mais perto da capacidade máxima, mas os executivos não acharam conveniente e lucrativo desenvolvê-lo agora, e o projeto foi engavetado.
O hatch Leon, promessa da Seat no nosso país desde seu lançamento mundial:
se sua venda aqui era dúvida, agora é certeza. Ele não vem.
Andreas Schleeg, ex-presidente da marca, passou seu posto a Erich Schmitt, que entrou na companhia com o claro objetivo de aumentar a vendas e recuperar o prestígio e vendas da marca. Apesar dos claros esforços, a planta espanhola está trabalhando somente em dois turnos, diurno e noturno, já que o período vespertino foi cancelado devido a baixa produtividade. O período noturno ainda teve de ser negociado com o sindicato dos trabalhadores, pois também era ameaçado de cessar produção.
No Brasil, a Seat deixou de vender carros (na prática) em 2001, e desde 2002 promete voltar ao país. Naquela época cogitava-se trocar os pequenos Ibiza e Cordoba (que vendiam relativamente bem) pelos maiores e mais caros Leon e Toledo, já que a absurda desvalorização do real deixava inviável trazer modelos pequenos e baratos. Os carros chegaram até a ser exibidos no Salão do Automóvel, fato que se repetiu dois anos depois somente com o Leon, já em nova geração (a atual). Apesar das promessas, é clara a certeza de que muito dificilmente a Seat voltará a vender carros no nosso país. Ainda mais na atual situação.

Texto: Adriano Vieira

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