terça-feira, outubro 10, 2006

Preferência Nacional

A preferência do brasileiro nunca foi tão evidente. E a GM sabendo o que o brasileiro gosta, investiu fortemente na área e conseguiu se superar. Ainda não sabe do que estamos falando? No ano passado, a montadora lançou uma das mais belas traseiras já vistas no nosso mercado (Novo Vectra). A do novo Prisma, apresentado esta semana, conseguiu resultado ainda melhor.

Mais brasileiro impossível: o modelo é lindo, principalmente se visto por trás, tudo isso numa personalidade muito “simples”. A versão equipada com os acessórios da GM realmente impressiona, e, mesmo sem eles a boa impressão acerca do design se mantém.

Se por fora impressiona, por dentro esta impressão se desfaz. O sedanzinho apresenta o mesmo acabamento do modelo do qual deriva, o Celta. Os plásticos transmitem uma sensação ruim e estão mal-encaixados, gerando muito ruído. O encosto do banco traseiro é baixo – não adequado para pessoas de maior estatura.

O porta-malas têm 439l, ainda que perca espaço com a inconveniente dobradiça do porta-malas que avançam para dentro do compartimento. É menor que o dos concorrentes, mas é mais do que suficiente para um carro compacto.

Aonde o modelo realmente derrapa é quando se trata de segurança. O Prisma deriva-se do Corsa B, lançado em 1993 na Europa. Pelo NCAP, agência que regula a segurança dos modelos vendidos na Europa, ele só obteve 2 Estrelas, dentre as 5 disponíveis. Enquanto isso, o Corsa lançado em 2002 aqui obteve 4 estrelas.

Se não bastasse isso, tanto o Airbag quanto o ABS estão indisponíveis para o modelo. Mesmo que todos os sedans concorrentes da faixa de preço o tragam como opcional. Falta, ainda, apoio de cabeça e cinto de três pontos para quem senta no meio do banco de trás.

A grande vantagem de ser derivado do Celta é o baixo peso. Aliado ao novo motor 1.4 econo.flex, o modelo têm desempenho invejável na categoria. Leva apenas 10,6s para chegar aos 100km/h (abastecido com álcool). Tudo isso aliado à uma grande economia, segundo a GM. A taxa de compressão é adequada para rodar com álcool: 12,4:1. Abastecido com este combustível o modelo conta com 97cv. Com gasolina são 85cv. A decisão de adotar alta compressão no sedan foi acertada.


O modelo parte dos R$ 29.990,00 e, equipado com ar e direção hidráulica vai para os R$ 35.940,00. Um preço coerente que destoa da tabela da empresa, já que são valores praticamente iguais aos praticados, na tabela, para o Celta 1.4. Com os acessórios das fotos, o preço do modelo supera os 44 mil reais.

A concorrência é acirradissima. Na Fiat: concorre com o Siena Fire e ELX (1.0 e 1.4, respectivamente). O primeiro, por R$ 36.800,00 vêm bem equipado, já com trio elétrico, ar, direção, air bag e ABS (todos opcionais). Básico custa 10 mil a menos. É o maior concorrente do modelo, principalmente com a chegada da versão 1.0. A segunda versão pode ser encontrado na mesma faixa de preço, porém sem os equipamentos de segurança do modelo mais simples.

Na Ford concorre com o Fiesta 1.6 Flex, facilmente encontrado, também, na mesma faixa de preço de R$ 37.000,00 e com equipamentos equivalentes (trio, ar, direção). A grande vantagem do modelo da Ford é a modernidade do projeto, lançado em 2002.

Na Renault concorre com toda a linha Clio Sedan, que têm como diferencial na categoria a segurança (com airbag duplo de série) e o bom acabamento. Pode ser encontrado na mesma faixa de preço dos R$ 37.000,00, com trio ar e direção e airbag na versão Authentique 1.6 16v de 115cv.

O grande filão do modelo será o mercado dos 1.0 pequenos, cujo líder é seu irmão-gêmeo Classic. Mesmo que tenham qualidades distintas, é seu sucessor natural.

Texto: Guilherme Lopes

Fotos: Divulgação

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