segunda-feira, maio 01, 2006

Kia Picanto chega no segundo semestre

Picanto: aposta da Kia na concorrida faixa entre 30 e 40 mil reais
A coreana Kia Motors anunciou recentemente que deve ampliar, no segundo semestre de 2006, sua gama de modelos no Brasil. Três novos modelos deverão desembarcar no país: O Sedã médio-grande Magentis (a competir na faixa de R$ 70 mil com Chevrolet Vectra, Honda New Civic e cia.), A renovada minivan Carnival (que deverá competir no restrito segmento das minivans full-size com Chrysler Caravan, Peugeot 807 e Citroën C8) e o hatch compacto Picanto, na faixa de R$ 35 mil, o qual deve despertar maior atenção pelo preço relativamente acessível a uma faixa maior de público.

Lançado em 2004, visando principalmente o exigente mercado europeu, o Picanto vem, desde então, colhendo críticas positivas da imprensa em diversos países. A revista britânica “Test Drive”, em sua edição de Abril deste ano, coloca o Picanto como uma das três melhores compras no segmento dos subcompactos, juntamente com o Fiat Panda e o longevo (mas ainda muito popular entre os ingleses) Ford Ka. Nota-se que que as virtudes do modelo são ressaltadas frente o convidativo preço de cerca de 8 mil euros. Entre os pontos mais destacados do pequeno coreano estão a boa qualidade do acabamento interno, sem paralelo na faixa de preço em que compete, espaço para os passageiros e a elasticidade do pequeno motor 4 cilindros 12v de 1,1 litro e 65cv de potência (na europa, ainda é oferecida uma versão de entrada, com motor 1.0). A Kia promete trazer o modelo com um bom nível de equipamento de série e oferecer, como opcional, uma bem-vinda transmissão automática de 4 velocidades. Embora a popularidade deste tipo de câmbio tenha aumentado muito no Brasil, o automático continua sendo privilégio de modelos mais caros (o automático mais barato à venda é o Honda Fit LX CVT, que beira os R$ 50 mil). Além do mais, é justamente nos carros urbanos, destinados a enfrentar diariamente o anda-e-para de nossas metrópoles, que o câmbio automático cai como uma luva.

Design sem grandes "aventuras" é apenas correto. A grade, no entanto, deve gerar polêmica.


Externamente, o design do Picanto não assume muitos riscos: é um hatch compacto 5 portas com desenho “genérico”, um tanto “anos 90” que, se por um lado é bem proporcional e agradável, por outro não chega exatamente a empolgar. A grade dianteira, entretanto, deverá gerar polêmica. Suas maiores virtudes estão no interior: A padronagem dos tecidos, qualidade das peças plásticas e design do painel, todos remetem a carros de segmentos superiores. Quanto ao espaço, quatro adultos acomodam-se com bastante conforto, mais até do que em hatches maiores, com tamanho próximo de 4m de comprimento. É claro que, num compacto de 3,49m, isso tem um preço: o pequeno porta-malas acomoda apenas 157 litros, menor até que o do Ford Ka, com 186. Uma diversidade de aranjos dos assentos traseiros rebatíveis, entretanto, possibilita que essa capacidade seja extendida até 882 litros. Sob o assoalho do porta-malas, se encontra uma caixa destacável com tampa, destinada a carregar ferramentas, o kit de bordo do carro e com espaço adicional para outros objetos pequenos. Na europa, o carro não vem com estepe, e sim um kit reparador de pneus, mas acreditamos que, no Brasil, o pneu sobresalente deva ser disponibilizado, por força da lei vigente.

O desempenho do Picanto fica de acordo com o trem de força oferecido: A velocidade máxima declarada nas fichas técnicas do modelo 1.1 12v vendido na europa é de 152km/h, aceleração de 0 a 100km/h em cerca de 15s. O consumo médio cidade/estrada (de gasolina européia, sem álcool) fica em cerca de15,4 km/l. O câmbio manual de 5 marchas possui relações longas, ao gosto europeu, o que pode incomodar um pouco o motorista brasileiro, sedento por arrancadas fortes e retomadas vigorosas, embora deva proporcionar maior conforto em velocidade de cruzeiro em viagens, por exemplo.

Acabamento primoroso e opção de câmbio automático são diferenciais do pequeno coreano.

Embora em desvantagem pela pouca tradição da marca nesse segmento, pequena rede de concessionárias e, talvez até pelo inusitado nome (que pode até soar bem em idiomas como o Inglês, mas causa certa estranheza em nossa língua), o Kia Picanto deve encontrar o seu público entre aqueles que, ainda que não queiram gastar uma fortuna, procurem algo diferente, que se destaque no cenário urbano. Tendo bom acabamento, um pacote de equipamentos significativo (na europa, todas as versões contam com airbag duplo e ABS) e um preço atraente, não há duvidas de que o modelo terá um certo sucesso. Segundo a Kia, os preços começam em R$ 34,9 mil para um Picanto manual, aí incluídos rodas de liga leve aro 14”, ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico e som com CD player. Valor razoavelmente competitivo, comparado a outras opções no mercado. O modelo com câmbio automático adiciona ainda airbag duplo e alarme. Aqueles adeptos do câmbio automático, mas órfãos de um modelo mais acessível, também encontrarão nele uma opção, desde que o equipamento não eleve demais seu preço, para perto do maior, mais potente, mais equipado e mais moderno Honda Fit LX CVT.

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