domingo, abril 09, 2006

Audi TT 2007: cuidadosa releitura de um clássico

Depois de longa espera, chega um dos mais aguardados lançamentos do ano: O novo Audi TT, já como modelo 2007. Com ele, a Audi relê um de seus clássicos absolutos, modelo que causou furor quando de seu lançamento em 1998, devido ao indeditismo e personalidade de suas linhas, além do comportamento dinâmico exemplar. Embora ainda belo e atual, era hora de colocá-lo em sintonia com a nova linha de design adotada pela marca e manter o modelo competitivo frente a lançamentos bem-sucedidos no segmento, como o aclamado Nissan 350Z. E a Audi o faz com maestria, diga-se de passagem.

Quando do lançamento do novoVW Golf, especulações sobre a atualização da longa lista de modelos que utilizam sua plataforma (que inclui o TT) começaram a correr. Veio a pergunta: seria possível atualizar um clássico sem macular sua essência? Sendo o design dos Audi da nova geração um tanto polêmico (em especial a grade “boca-de-bagre”, nova marca registrada, objeto de constante discussão entre os admiradores), a expectativa transformou-se em apreensão, que por sua vez virou quase desespero quando da apresentação do conceito Shooting Brake, no salão de Tóquio do ano passado, uma bizarra reinterpretação das wagons esportivas construídas por marcas inglesas nos anos 60 e que, dizia-se, poderia dar a tônica da nova geração do TT. A reação não foi das melhores e se ela teve influência ou não no que vemos agora, é difícil saber.


O fato é que a Audi respondeu à altura da curta mas importante história de seu coupé esportivo e o resultado é dos melhores: O novo TT, ainda que não cause o impacto da primeira geração, mantém vivo o conceito do carro original, reverencia suas linhas e ao mesmo tempo mantém-se em sintonia com a evolução do design da marca. A própria grade dianteira foi “amenizada”, sendo mais baixa, escura e menos protuberante. Os faróis baixos e afilados conferem maior agressividade à dianteira do que na geração anterior.



Na traseira, com boa proporção do conjunto ótico, há traços de outros recentes lançamentos da marca. A pequena asa traseira (antes fixa e, poucos lembram, adicionada “às pressas” pela Audi após problemas de perda de aderência que ocasionaram alguns acidentes com a versão antiga) agora é dinâmica, como nos Porsche, erguendo-se a 120 km/h. As laterais, lisas no modelo anterior, são agora marcadas por vincos mais pronunciados, que também acentuam a esportividade, conferindo dinamismo ao desenho do carro (é daqueles modelos que têm um certo “movimento”, mesmo quando observados parados).


Arquitetura de interiores é com a Audi: com materiais de primeiríssima e esmero impressionante dos detalhes, o interior é, sem dúvida, belíssimo, mas deixa um pouco a desejar em termos de esportividade: A sensação se assemelha à que se tem frente aos painéis de outros modelos da marca, sedãs familiares inclusive.

Por enquanto, as escolhas de motor limitam-se a duas: a “básica” é um 4 cilindros em linha, com 2 litros e turboalimentado, com 200cv de potência, já utilizado no Golf GTI e outros modelos do grupo, acompanhada de caixa manual ou automática de 6 marchas. E há a interessante opção do V6 3.2, acompanhada de tração integral Quattro, com 250cv, semelhante ao que equipa o Golf R32. Essa motorização acompanha câmbio manual ou automático DSG com embreagem multidisco, ambos também com 6 marchas. Por aí, já se tem uma idéia do que esperar em termos de desempenho: A versão V6, com máxima limitada em 250 km/h (“problema” a ser logo resolvido pelas preparadoras de plantão), vai de 0 a 100 km/h em apenas 5,9s (5,7 com caixa automática). Tempo pra Porsche nenhum botar defeito.

Ainda não há previsão de preços ou data, mas com o prestígio que a Audi (e o TT em especial) têm no Brasil, certamente ele virá. Aguardaremos ansiosos por sua chegada.

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